E mais uma vez eu me
rendo às suas mãos no meu quadril, à sua boca no meu pescoço e às suas mentiras
no meu ouvido. Não dá mais. Travei uma luta interna e percebi que eu era a
única a perder com toda essa discussão em vão. Eu já sabia o que queria; eu já
sabia onde isso ia terminar. Entretanto, tinha medo de admitir; era orgulhosa
demais pra admitir...
Mais
aí vem você, com essa carinha linda, esse sorrisinho torto, esse cabelo
desarrumado, que me deixa louca, e o meu orgulho, a minha dignidade,
integridade e tudo mais que dizem por aí caíram por terra. E apesar de achar
tudo isso errado, de achar que essa história já foi longe mais, quando estou nos
seus braços, tudo isso desaparece. E isso basta.
Até quando ficaremos nesse ‘leva e traz’? Quando eu
acho que tomei minha decisão, colocando um ponto final nisso tudo, você aparece
e bagunça toda a minha cabeça; sussurra no meu ouvido que estava com saudades, me
olha daquele jeito – ai meu, Deus, só de pensar... –, segura a minha perna com
aquela carinha cheia de malícia e eu me rendo. Meu corpo se entrega sem nem
pensar. E eu acabo presa nessa odisseia; na minha odisseia.
Eu não entendo como você pode ser um grande idiota,
fazer um monte de besteira e mesmo assim eu só querer estar com você. Isso faz
de MIM uma grande idiota. Mas, o amor faz isso com a gente, nos deixa cegos,
surdos e mudos. Eu queria poder controlar a situação, mandar na minha mente e
no meu coração, porém eu o amo; não há como negar.
Entretanto, quando eu volto atrás, depois de
insistentemente discutir com a minha consciência, me apareces com uma “nova”
(traduzindo: uma nova merda!). Qual é a tua, hein, garoto?! Me responde, que
isso está me deixando doida! Eu brigo comigo mesma – e com as minhas amigas – ,
te defendo, acreditando que podes mudar, ser diferente e a única coisa que
fazes é provar mais uma vez que eu estou errada.
Tudo o que eu queria é me sentir amada, ser só tua, e
que fosses só meu também; o MEU neném. É pedir muito? Inevitavelmente, eu sei
que é. Sei que não posso pedir nada disso, que está tudo errado e que essa
história já passou dos limites (falando em limites, até o nosso entre amizade e
‘a gente’ já está se perdendo)...
Mas,
eu te peço uma coisa, e isso não podes me negar: quando me tiveres nos teus
braços e olhares nos meus olhos, não me ilude, não me diz coisas falsas, só pra
me agradar, porque vai doer... E vai doer muito.
Não
sei quantas vezes mais teremos nossas idas e vindas, e até quando isso – essa nossa
história, esse nosso casinho –, vai durar, mas, quero que saibas que, apesar de
tudo, estou feliz; tens me feito feliz
como nunca ninguém o fez e como nunca ninguém entenderá. E pra terminar, te
peço uma última coisa: não faz eu me arrepender desse nosso ‘leva e traz’.
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