Sinto-me
só. Sinto-me sozinha, embora rodeada por milhares de pessoas. É como se nenhuma
delas fosse capaz de me entender, me ver, me ler... Coloco um sorriso amigável
no rosto e sou só mais uma pessoa comum no meio de tantas; sem chamar atenção,
sem ser notada, sem ser percebida.
Ás
vezes penso que esse mundo não é pra mim. Penso, repenso e concluo que
definitivamente esse mundo não é para mim! - se é que existem pessoas certas ou
erradas, ou outros mundos nos quais poderia me encontrar. Talvez eu esteja no
tempo errado, portanto me sinto antiquada. Taí, deve ser isso...
Minha
cabeça anda um turbilhão de pensamentos, lembranças, saudades, lágrimas,
mágoas. Não tenho lidado muito bem com isso. Ando cheia de perguntas, dilemas e
nada de respostas. Não lido bem com decisões, bifurcações, duplo sentido. E guardar
isso, ou melhor, acumular na minha cabeça tem tornado tudo mais difícil.
Ser
transparente, entretanto, abrir o jogo, desabafar não estava nos meus planos.
Dói se expor, mostrar sua nudez de alma para um expectador que pode caçoar, rir,
te chamar de louco ou o pior de todos: mostrar-se indiferente. Tenho sérios
problemas com segurança e confiança. Aprendi, talvez de uma forma difícil, a
confiar desconfiando, a ter sempre um pezinho atrás; pessoas são seres cruéis
que podem te decepcionar a qualquer momento, e quanto menor a queda, mais fácil
se levantar.
Como
dói viver em um mundo que não é o seu. Olhar ao redor e não reconhecer nada
daquilo, buscando sempre algo que lhe seja familiar. Talvez, por isso, meus
pensamentos, princípios, ações, sejam na maioria das vezes divergentes dos demais.
E vou ocupando minha mente com tudo o que posso, para tentar esquecer um pouco
essa minha essência e me adaptar a este mundo.
E
por fim, chegamos onde estou: mente cheia de tanto que a ocupei, que não tive
tempo de lidar com minha própria bagunça. Pensamentos se chocam, dúvidas
surgem, dilemas reaparecem, lágrimas caem. Escrever foi a melhor forma que
encontrei de lidar com a situação, depositando toda a minha insegurança na
ponta dos dedos e tendo a esperança de que alguém me leia e saiba exatamente do
que estou falando...
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