Queria poder entender o
funcionamento da mente humana. Queria poder “desligar” inúmeras partes dela com
um simples toque em um botão. “Off”. E tudo iria embora. Sumiria como se nunca
tivesse existido.
Queria poder controlar o que entra
e o que sai do meu consciente. Tantas coisas deviam ser guardadas e esquecidas
no interior das sombrias asas do inconsciente; no entanto, outras deviam vir à
tona e preencher permanentemente minha “tabula rasa”.
Tantos pensamentos, lembranças,
sonhos, planos percorrem minha mente de maneira ensurdecedora, sem controle
algum, como se pudessem dominar todo o meu ser com suas vontades próprias.
Já não sei mais o que é mente e o
que é corpo; o que é fantasia e o que é realidade. Meu corpo vaga por onde
minha mente quer e esta, por sua vez, é uma completa refém da loucura que nela
está instaurada.
Queria poder desligar alguns botões.
Queria racionalizar menos as coisas, me importar menos, me entregar menos,
sofrer menos. Queria sonhar mais, organizar meus planos de modo a realizá-los, queria
rir mais – da vida, de mim, de minha insignificância neste mundo -, queria
encontrar paz – não aquela momentânea e passageira, e sim aquela que permanece,
que dá sentido à vida -, queria ser mais feliz – comigo mesma, com aqueles ao
meu redor e que se importam comigo.
Queria tantas coisas. E agora sou
só eu, tentando fugir do que a minha mente me faz acreditar ser. Tento
acreditar que estou presa, que minha mente é um verdadeiro campo de guerra,
porque assumir que minhas ações e emoções são sãs é inadmissível; é assumir que
gosto da dor e do sofrimento e que é isso que me torna humana.
E continuarei boba, torta, cheia de
defeitos... Refém da minha própria mente.

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